O livrinho de cordel, antes de mais nada, é diversão para seu público, isso no seu papel de documento escrito da tradição folclórica-popular em uma parte significante do Brasil, uma tradição vindo da literatura popular de Portugal, Espanha, França e Itália. Nestas estórias em verso o leitor brasileiro descobre a cavalaria medieval nas estórias de Carlos Magno e seus Doze Pares, velhos contos de fada includindo Branca de Neve, as lendas orientais de Aladím e Ali Baba, e as estórias tradicionais Católicas de Jesus, Maria, os apóstolos e santos nas suas lutas em contra os males de Satanás. Também há uma pletora de estórias de amor e aventura, de príncipes e princesas, de monstros e dragões a serem matados. E, há humor, o "quengo" ou "amarelo" brasileiro, a versão nordestina do "pícaro" que sobrevive pela esperteza. Em quase todos estes poemas há a presença de uma corrente forte moral: o Bem vence o Mal em todas as suas formas.
A literatura de cordel diverte também com a versão escrita do duelo oral, improvisado, conhecido em portugües como peleja, desafio, cantoria ou repente. Dois poetas se enfrentam, e a esperteza, a inteligência e uma lingua rápida e talvez ferina determinan o vencedor.
Os folhetos de eventos do dia, ou seja, os acontecidos, são uma crônica de eventos religiosos, sociais, econômicos e politicos, e de seus protagonistas durante todo o século XX e os começos do século XXI. Fanáticos religiosos e guerras no sertão, bandidos da índole de Robin Hood que andavam no Nordeste durante quase quarenta anos, e os altos e baixos da vida econômica e política – estes são o "ganha-pão" do cordel. O cordel reporta sobre a Primeira República infante, os levantamentos dos anos 1920, e a odisséia de revolta, revolução, o Estado Corporativo e finalmente, a democracia dos trabalhadores, sob o commando do politico mais famoso do Brasil, Getúlio Vargas. O que vem depois é a busca dinâmica e caótica para a democracia nos próximos dez anos com o Presidente Juscelino Kubitschek e a fundação e construção de Brasília, as ecentricidades de Jânio Quadros e seus esforçoas de "varrer" a corrupção do passado fora do Brasil durante seus seis meses breves como Presidente, e o reformador-esquerdista Jango Goulart nos seus quatro anos turbulentos. O Cordel aí conta do resto do século nos anos escuros da ditadura militar de 1964 a 1985 e a volta ao "normal" e a busca do Brasil até hoje de um lugar no sol (outro daquele das praias de Ipanema, Copacabana ou Itapuã). Mais recentemente, o cordel fez crônica dos escándalos do "dinheiro na cueca", "O mensalão" de politicos corruptos, e o regime altamente popular de Lula, o migrante pobre do Nordeste em São Paulo, agora lider de sindicato e presidente populista do Brasil.
Os repórteres do cordel olhavam fora do Brasil também e faziam sua crônica da Primeria Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial, e os conflitos principais internacionais desde então, dando ênfase ao papel dos Estados Unidos e seus líderes. Mais recentemente, os poetas documentam o terrorismo internacional no ataque dos "Twin Towers" em Nova Iorque, e as guerras de Bush pai e filho em Iraque e Afganistã. Os poetas mandam Sadam Hussein, Osama Bin Laden, o Primeiro Ministro da Inglaterra e especialmente George W. Bush ao inferno por suas ações.
Finalmente, o cordel diretamente ou indiretamente, sempre ensina. Oferece os ensinamentos tradicionais da "velha" Igreja Católica em estórias sobre a religião tradicional e a moralidade. Mas o sincretismo religioso Brasileiro e sua flexibilidade de caráter admitem também comentários sobre o Espiritismo Kardecista, a Religião Afro-Brasileira e o Espiritismo Indígena. Em "exemplos" morais, o cordel ensina o leitor como viver, mas, maiormente com estórias chistosas ou irônicas como "A Moça que Bateu na Mãe na Sexta-Feira da Paixão e Virou Cachorra".
Pode-se dizer, em resumo, que o cordel retratou a vida do Brasil no século XX e o começo do século XXI.