Para os poetas e seus leitores, o cordel é diversão, notícias e um guia moral. O resto dos Brasileiros e extrangeiros interessados talvez compartilhem tais propósitos com o público humilde do cordel velho, mas, para aqueles, provalvelmente, o cordel tem outros valores. Para o Brasil em geral representa o documento escrito melhor das tradições da classe humilde (mas compartilhadas muitas vezes por todas as classes sociais) do Nordeste. É uma parted a herença cultural nacional.
Artistas sofisticados da elite do Brasil têm tomado emprestado, recriado e as vezes plagiado os poetas populares do cordel em obras que aqueles querem identificar como "verdadeiramente brasileiras". Já com os princípios do Modernismo vindo dos 1920 no Rio de Janeiro e São Paulo,escritores e artistas da elite queriam crier uma arte esencialmente brasileira, isso em oposição a uma arte orientada por Europa. Daí, muitos deles empregavam a literatura de cordel tanto como outros elementos de cultura folclórica em suas obras.
Mário de Andrade admirou a poesia de cordel e o folclore e os usou em "Macunaíma" e "O Romanceiro de Lampião". Jorge de Lima utilizou temas folclóricos nordestinos nos seus versos. Os escritores inspirados pelo Movimento Regionalista do Nordeste chefiado por Gilberto Freyre em 1926 usaram tanto a poesia quando o personagem do poeta de cordel nas suas obras. José Américo de Almeida em "A Bagaceira", José Lins do Rego em "Cangaceiros" e "Fogo Morto", Raquel de Queiróz em muitas de suas obras de ficção, e Graciliano Ramos usou a essência da vida difícil do vaqueiro a criar "Vidas Secas". Mas, dessa geração foi Jorge Amado que bebeu mais na fonte do cordel, empregando a poesia, os personagens e os valores do cordel em vários de seus romances: "Jubiabá", "Pastores da Noite", Tenda dos Milagres" e especialmente "Tereza Batista Cansada de Guerra".
Em tempos mais recentes João Guimarãs Rosa utilizou o sub-stratum compartilhado tanto pelo cordel nordestino e a velha cultura folclórica de Minas Gerais e o Sul da Bahia para criar sua obra prima, "Grande Sertão: Veredas". Ariano Suassuna baseou uma vida de trabalho na poesia e no o folclore nordestinos, especialmente na sua obra já famosa no Brasil, "O Auto da Compadecida" e o menos conhecido "Romance da Pedra do Reino". E, finalmente, João Cabral de Melo ficava profundamente inspirado pela poesia e valores do cordel e o cantador na sua maravilhosa "Morte e Vida Severina".
Há muitas recriações cinemáticas e televisadas dos cangaceiros do Nordeste e do "fanatismo religioso" nos relatos sobre Antônio Conselheiro, Padre Cícero ou ainda Frei Damião. Glauber Rocha de fama no "Cinema Novo" estava especialmente aberto da tradição e a usou em vários de seus filmes, includindo "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e "Antônio das Mortes". A cantora de música popular brasileira, Elba Ramalho, empregou verso dos cantadores na memorável "Nordestinadas". Luís Gonzaga, O Rei do Baião, embora não diretamente ligado ao cordel, compartilhou muitos de seus temas. O mito do nordestino que foge da seca, mas deseja sempre voltar com a chegada das chuvas prometidas virou o hino Nordestino na sua "Asa Branca". E em uma maneira diferente mas engenhosa, Chico Buarque de Holanda recontou o mito em "Pedro Pedreiro".
Samico e Brennand também tomaram emprestados temas e sabores da tradição popular nos seus quadros pintados e xilogravuras. Os famosos bonecos de barro e Caruaru e outras ferias tradicionais nordestinas compartilham os mesmos temas de cordel na sua depicção de vida na região, baseando-se muito em Padre Cícero, Lampião e o vaqueiro nordestino.
Estes, pois, são "os velhos". Uma geração totalmente nova de artistas continua a amar e usar temas nordestinos, empréstamos do cordel, recriando tudo hoje em dia.