Recife: Universdade Federal de Pernambuco, 1973, 91 pp.
Esta monografia representa una parte da tese para o Ph.D. do Professor Curran. Foi o primeiro livro publicado por um estudioso do extrangeiro sobre o cordel do Nordeste do Brasil e o primeiro a utilizar o termo “literatura de cordel” como título. O livro representa estudo e pesquisa de campo no Brasil em 1966-1967. O primeiro capítulo é uma descrição e explicação do cordel, dando ênfase à informação sobre os poetas, seu método de cantar ou declamar seus poemas na feira ou na praça do mercado e sua rede de vendas e distribuição dos folhetos e romances.
Capítulo II trata Leandro Gomes de Barros o personagem popular pitoresco do Recife durante vinte-cinco anos até sua morte em 1918; Leandro ainda é reconhecido como o melhor de todos os poetas da literatura de cordel. Seu forte era a sátira e a paródia, e seus poemas cordelianos foram e ainda são imitados e até plagiados até os dias atuais. Ele nos brinda uma crônica del velho Nordeste com folhetos e romances que tratam uma variedade de temas: a vida diária no sertão e nas cidades costeiras, a religião, o jogo e o jogo do bicho, a cachaça e suas virtudes, a mulher, o casamento, a sogra, os cangaceiros, Padre Cícero e reportagens e comentários sobre o cenário nacional e internacional.
Capítulo III consiste em entrevistas escritas com os poetas de cordel, a primeira vez tal técnica de pesquisa em quanto ao cordel sai em forma impressa de livro. Curran perguntou aos poetas como receberam o “dom” de verso, como se iniciaram no cordel e por quê. Também indagou sobre o assunto se os poetas se consideravam serem representantes do povo e sua realidade e se eles, os poetas, sofreram qualquer perseguição pelos seus escritos (levando em conta o momento politico nacional). Ariano Suassuna utilizou várias de suas respostas cândidas e maravilhosas no seu livro “Romance da Pedra do Reino”.
Capítulo IV traça a influência da literatura de cordel na literatura erudita brasileira, fato comentado em nosso linque “Valor”. O capítulo trata especialmente a influência da poesia de cordel nos escritores do Nordeste com ênfase especial em Jorge Amado e Ariano Suassuna. Foi talvez um dos primeiros escritos sobre este tema no Brasil.
O livro termina com uma bibliografia dos estudos importantes sobre o cordel até o fim dos anos 1960.
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